Teatro e dança movimentam o Parque
Cultural Casa da Pólvora nesta terça-feira (27), no Centro Histórico da
Capital. As apresentações são abertas ao público de todas as idades e têm
início às 19h30 com o espetáculo Íranti da Companhia de dança Lunay.
O espetáculo é uma imersão nas memórias
e percepções com a intenção de provocar êxtase na experiência do espectador e
dos dançarinos. A professora e diretora do espetáculo, Kilma Farias, explicou
que a apresentação faz o espectador dialogar sobre um lugar negligenciado e
fragilizado ao longo de décadas, que é a capacidade feminina de amor, poder e
independência.
Segundo ela, o corpo muitas vezes é um
instrumento de trabalho que forja a memória de todos os movimentos de expressão
e projeta significados e significações para o exterior. “O corpo é nosso
ancoradouro em um mundo percebido. Íranti remanejado para uma consciência
subjetiva que pode ser mais comunitária e harmoniosa e Íranti na dança das
deusas encerra uma mãe terra em uma união matrística desprendida de dominação”,
comentou Kilma.
O roteiro do espetáculo foi
desenvolvido em meio ao processo de construção por todas as integrantes do
grupo que são: Kilma farias, Jaqueline Lima, Lia Jost, Yolanda Cavalcante,
Gabriela Parente, Verônica Alves e Rayssa Melo. O grupo está junto há 15 anos
dando forma por meio de corporeidades da dança e do resgate do feminino
essencial, completo e profundo.
Alegria
dos Náufragos - A segunda atração desta terça-feira (27) é o espetáculo
Alegria dos Náufragos, que consiste em uma montagem fruto do diálogo do grupo
com o conto russo Anton Tchekhov (1860 – 1904), ‘Uma história enfadonha’. A
montagem é uma tentativa de estabelecer pontes entre esse discurso literário de
mais de um século e meio com contundentes questões de nossa própria época.
Os atores incidem, sem concessões,
sobre o presente e a geografia, não livrando nem a si mesmos deste crivo com
doses generosas de acidez e humor, provocando uma inevitável análise sobre si
mesmo. “Nesse espetáculo o que importa não é a glória, mas a capacidade de
suportar”, revelou o ator Thardelly Lima.
Na montagem estão os atores Cely
Farias, Rafael Guedes, Thardelly Lima (atores), César Ferrario e Giordano
Castro (provocadores), e César Ferrario, Giordano Castro (dramaturgia). A
direção musical é de Marco França, o desenho de luz é uma composição do grupo “Ser
Tão Teatro”, o figurino de Vilmara Georgina, cenografia e adereções de Maria
Botelho, sonografia de Polly Barros e fotografia de Eunildo Rocha e Marina
Cavalcante.
O coletivo foi fundado em 2007 e desde então
tem construído uma trajetória com muita dedicação, pesquisa e trabalho. Nesse
período, montaram cinco espetáculos, participando de oficinas, festivais,
encontros e mostras teatrais - a Palco Giratório e Mostra Latino Americana de
Teatro de Grupo. Eles têm ainda projetos de circulação no intuito de levar a
arte produzida para todo o país.
Malcriadas
–
O terceiro espetáculo da noite é a comédia ‘As Malcriadas’ da Companhia de
Teatro Argonautas. O espetáculo é uma livre adaptação do clássico de autoria de
Jean Genet, “As Criadas”, que tinha o objetivo de explorar por meio do cômico a
construção do humano e o seu constante desejo de liberdade.
As Criadas foi representada pela
primeira vez no ano de 1947 e fazia uma crítica a moral burguesa da época e a
hipocrisia das estruturas sociais daquele ano. No texto original, a dupla de Criadas
se diverte a imitar e a criticar a madame, planejando seu assassinato para
ficar com tudo dela. Este jogo de preconceitos e submissão, tão presentes em
nossos dias, são trazidos com muita diversão neste espetáculo.
No elenco estão Tapeba do Cuminho,
Madenusa Furacão, Solange e Maria Dubu, personagem existente neste gênero
teatral há mais de 12 anos.
Adriana Crisanto
SERVIÇO:
Pólvora
Cultural
Atrações:
Cia de Dança Lunay (Íranti), Alegria dos Náufragos e As Malcriadas
Terça-feira (27)
Hora: a partir das 19h30
Local: Parque Cultural Casa da Pólvora
– Centro Histórico
Entrada gratuita
Classificação livre
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